Transações com Pix têm que pagar imposto, defende Guedes

Compartilhar este artigo

unnamed (1)

Fonte da Imagem: Jornal O Pêndulo

Guedes promete abordar criação de imposto sobre transações financeiras digitais após eleições; ideia é tributar Pix.

Paulo Guedes, ministro da Economia, voltou a defender a criação de um imposto nos moldes da antiga CPMF, isto é, um tributo sobre transações financeiras. Em uma conferência online realizada na quinta-feira (19), o ministro declarou que pretende abordar o assunto após o segundo turno das eleições municipais.

Para Paulo Guedes, o imposto deve ser cobrado sobre transações digitais, sobretudo aqueles realizadas pelo Pix, sistema de transferências e pagamentos instantâneos que entrou em operação no Brasil em 16 de novembro.

A alíquota ainda teria que ser definida, mas o ministro defende taxas de 0,10% ou 0,15% sobre cada transação — no ano passado, o Ministério da Economia previu uma alíquota de de 0,4%: 0,2% de quem paga mais 0,2% de quem recebe.

Apesar de a alíquota sugerida ter diminuído, o assunto ainda rende polêmica, por um motivo óbvio: ninguém aguenta mais tantos impostos. Além disso, uma tributação sobre o Pix poderia prejudicar a adoção do sistema. A rejeição sobre o assunto foi a razão para o ministro ter parado de falar sobre o imposto nas últimas semanas.

De acordo com o próprio, houve uma narrativa falsa sobre o tema durante o período eleitoral, razão pela qual a discussão será retomada por ele após as eleições.

Guedes insiste no argumento de que a criação da “nova CPMF” — expressão que ele repele — não representará um aumento de impostos, pois permitirá a extinção de outros, principalmente aqueles que incidem sobre a folha de pagamentos das empresas (salários).

No entendimento do ministro, a redução de impostos para empresas deve incentivar a criação de empregos. “Precisávamos remover esse imposto sobre folha de pagamentos, que é um desastre”, disse. Para Guedes, esse tipo de tributação é o principal responsável pelos cerca de 40 milhões de pessoas fora do mercado formal que o Brasil tem hoje.

Vale destacar que a ideia da criação de um imposto sobre transações financeiras digitais encontra ampla resistência, inclusive no governo. O Senado e o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manifestaram, mais de uma vez, contrariedade à proposta.

Conteúdo relacionado

STF analisa se multa de 150% aplicada pela Receita é confiscatória

Nesta quinta-feira, 5, STF começou a analisar se multa fiscal de 150% aplicada pela Receita Federal por sonegação, fraude ou…

Leia mais

Percentual de repasse do Reintegra a exportadores é justo? STF analisa

Nesta quinta-feira, 5, STF começou a julgar, em sessão plenária, duas ações que questionam o percentual de ressarcimento destinado aos…

Leia mais

Sociedade mista que presta serviço público essencial não pode ter bens penhorados

Sociedades de economia mista que prestam serviço público essencial se encaixam na hipótese de impenhorabilidade de bens, no entendimento do…

Leia mais
Podemos ajudar?