Ford opta por incentivo e fecha sua fábrica em SP

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Fonte da Imagem: Rodrigo Paiva/Folhapress

A direção mundial da Ford anunciou ontem o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde são produzidos caminhões e um único modelo de carro, o Fiesta. No Brasil, a empresa só vai manter a unidade de Camaçari (BA), que funciona a todo vapor, em três turnos, e desfruta de incentivos garantidos no regime automotivo do Nordeste. Há três meses, esse programa de benefícios fiscais federais foi prorrogado por cinco anos.
Com o fechamento, 4,3 mil trabalhadores, diretos e indiretos, serão demitidos. Os operários foram avisados da medida em uma assembleia comandada por José Quixabeira de Anchieta, coordenador do comitê sindical da Ford, conhecido como um dos mais mobilizados do ABC. A assembleia votou por uma paralisação até terça-feira, mas, em seus discursos, os sindicalistas não mostravam grande disposição para enfrentamento. Os trabalhadores calculam que o fechamento da fábrica, que será concluído até o fim do ano, terá impacto na cadeia do setor, principalmente na indústria de autopeças, capaz de provocar o corte de outros 24 mil empregos.
Em Detroit, nos Estados Unidos, a companhia informou que a medida é “fundamental para que as operações na região voltem à lucratividade sustentável”. Segundo a montadora, a decisão foi tomada após meses em busca de alternativas, que foram da procura de parcerias à venda da operação. No ano passado, a operação sul-americana registrou prejuízo de US$ 678 milhões.
O fechamento da emblemática fábrica de São Bernardo é um marco. Além de um dos principais símbolos da indústria automobilística no ABC Paulista, a fábrica, inaugurada em 1967, foi palco de greves históricas dos metalúrgicos. A montadora americana iniciou suas atividades no local ao adquirir a Willys. Dali já saíram modelos como o Jeep Willys e o utilitário Rural, passando por Corcel, Maverick, Del Rey, Pampa, Escort, Ka, Courier e o atual Fiesta.

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