Bancos privados oferecerão linha subsidiada para folha de pagamento

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Fonte da Imagem: Valor Investe

Os bancos Bradesco, Itaú Unibanco e Santander oferecerão uma linha subsidiada para empresas de menor porte arcarem com a folha de pagamento de funcionários em meio aos impactos da pandemia do novo coronavírus em seus negócios, mas a concessão estará sujeita a análise de crédito.
“Cada empresa passará por uma análise de crédito. Não faz sentido prover recursos do Tesouro para empresa que já esteja quebrada”, afirmou uma fonte do setor financeiro.
Segundo o valor apurou, as negociações para o lançamento da nova linha duraram até a noite de quinta-feira. O crédito será concedido para empresas com faturamento anual de R$ 10 milhões e financiará o valor correspondente a dois meses da folha de pagamento.
A linha de crédito terá prazo de 36 meses, porém, haverá seis meses de carência para o pagamento das parcelas. Os juros cobrados serão equivalentes ao CDI, sem cobrança de spread.
O anuncio conjunto dos bancos foi feito logo após a entrevista coletiva do Banco Central sobre o tema, na manhã desta sexta-feira. Segundo comunicado pelo regulador, serão destinados R$ 40 bilhões para a linha, com 85% do funding do Tesouro, e o restante das instituições financeiras.
Na pratica, os recursos serão aportados em um fundo a ser administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que terá a responsabilidade de assegurar que o dinheiro está chegando a quem realmente precisa.
“O risco da inadimplência será divido da mesma forma que o volume concedido, podendo chegar a R$ 6 bilhões de prejuízo aos bancos considerando o cenário mais extremo, em que ninguém paga”, disse uma fonte graduada do setor financeiro, que preferiu não ser identificada.
De acordo com esse interlocutor, os bancos ficarão com os custos operacionais, incluindo a cobrança e contratação da linha. As estimativas feitas pelo setor financeiro são de que controlar toda essa operação terá um custo correspondente a 1% do valor total destinado, podendo ser maior conforme o desempenho da inadimplência da carteira.
O valor apurou que não será exigida garantia da empresa. No entanto, os recursos será enviados para a conta de quem processa a folha de pagamento, o que traz segurança de que o dinheiro será usado para a finalidade pretendida pelo governo.
Em nota conjunta, Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, diz que as medidas vão no sentido de “proteger a economia”, enquanto o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, avalia que ela “dará fôlego para milhões de empreendedores”.
Já Sergio Rial, presidente do Santander Brasil, diz que “fará com que o capital de giro chegue as pequenas empresas com o único propósito de manutenção de empregos, de forma a manter a atividade econômica viável e a permitir o retorno do crescimento assim que possível”.

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